sábado, 21 de abril de 2012

Criança 44 – Tom Robb Smith


Na União Soviética do ano de 1953, o governo insiste em dizer que não há crimes no país. E, para quem discorda, resta a opressão. Mas o que ocorre quando uma família diz que seu filho, encontrado morto nos trilhos de uma ferrovia foi assassinado? E quando um agente da MGB desacata as ordens de ignorar o caso, correndo o risco de ser declarado inimigo do Estado e passa a buscar a verdade?

Gente, só o tema já faz com que eu diga que você tem que ler o livro. A ambientação da União Soviética é interessante (é impressão minha ou há poucos livros bacanas disponíveis que exploram essa temática?), pincelando temas sobre a relação com a polícia, com o governo opressor, sobre a época de Stalin, tortura, polícia secreta, e outros dados como o tratamento dado à homossexualidade na URSS, orfanatos, tratamentos psiquiátricos, educação, etc.

O livro é tenso, e ambientado em paisagem e cultura totalmente diferentes do que estamos habituados. Há neve por todo o lado, um inverno mais rigoroso do que podemos imaginar, as diferenças culturais e de época, pois estamos falando de uma nação comunista, vivendo em opressão.

Além dessa ambientação interessante da época (eu gosto de história, mas confesso que era mais aficionada pela história antiga, mitologia, etc., não por essa área mais ‘recente’ dos estudos), vamos ao que interessa do livro: A narrativa é ótima. Praticamente engoli o livro. Ele é de uma agonia tremenda. E quando vão descobrindo mais e mais crianças assassinadas (não é spoiler, oras, você achava que ‘criança 44’ significava o que?), nossa, vai te batendo uma tristeza... caramba, o governo simplesmente cala sobre isso e deixa tudo lá, como se fosse tudo ótimo, e as famílias que se virem, e engulam a dor, inventem uma justificativa para o ocorrido. E embora não haja mocinhos e bandidos clássicos (o super mau e o super bonzinho), afinal, lembrem-se, o personagem principal, Liev Demidov é agente do governo, não tem como não torcer para ele, para que ele resolva a bagunça toda, embora ele se encrenque muito por tentar.

O fim... achei bem bacana, e embora eu seja a mestre em ficar tentando adivinhar o final, devo dizer que fiquei passada com a explicação. Sério, me deu certo choque. Não passei nem perto de descobrir o assassino ou os motivos da barbárie.

Dizem por aí que o livro teve os direitos adquiridos pelo Ridley Scott, e que estão fazendo testes com atores. Bem, espero que sim, embora sempre me bata aquele medinho de adaptações de livros que gosto muito (e as fãs de Robert Pattinson dizem que ele estaria no filme... :/).

Um dado histórico interessante é que esse livro é parcialmente baseado na história verídica do serial killer Andrei Chikatilo, o Estripador de Rostov, que matou 52 pessoas na URSS. Mas sério, por favor, se forem pesquisar sobre o assunto, façam isso DEPOIS de ler o livro, porque estraga um pouco a resolução da história, hein? SÉRIO!

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