quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Ritos de Adeus - Hannah Kent (desafio de leitura pessoal)



Não se deixe levar ou confundir, “Ritos de Adeus” é uma ficção, um romance, baseado numa história real que, para quem não sabe ainda, é a da última execução que ocorreu na Islândia. Mais especificamente, sobre a morte de Agnes Magnúsdóttir, condenada à morte em 1828. 

Juntamente com outro casal foi acusada de matar dois homens (ela e a outra garota eram serviçais de um deles) e incendiar a casa para que se livrassem de vestígios. Foram todos pegos e julgados. 

Agnes que estava presa em local separado dos demais é encaminhada à casa de uma família, podendo escolher o pastor que a guiará e auxiliará até a hora da morte, por decapitação.

Ela não é bem recebida em nenhum lugar que fique. Era tratada de maneira terrível na prisão e também não é bem acolhida na casa em que designaram que vivesse nos últimos dias. Mas, embora distante, visivelmente constrangida, a família que a supervisiona não consegue ignorar o grau de desmazelo da mulher.

O livro nos mostra as impressões de alguns personagens, principalmente Agnes (narrado em primeira pessoa). Claro que não podemos esquecer que é algo imaginado, com base na pesquisa histórica feita por sua autora.

Não posso deixar de notar que há uma tentativa de humanizar a condenada, tentar talvez suscitar dúvida ou nos mostrar um lado mais sensível, uma faceta que não é cruel. A própria autora disse que, nos documentos históricos, Agnes é praticamente descrita como uma bruxa. Antes dos crimes, mulher comum, depois, satanizada. 

Agnes era inteligente demais? Fria demais? Conseguia guardar tão bem assim seus sentimentos? Ou as condições de vida que ela tinha justificavam seu modo de ser, e ela foi acusada, simplesmente, por ser fácil?

Acredito que não saberemos jamais. Até cheguei a pesquisar algumas coisas na internet, sobre a história e, como disse, tendo em vista que o livro é um romance, uma ficção, não se pode deixar levar demais pela Agnes descrita. Ou podemos. A verdade não está mais aqui, para ser alcançada, então, fica à critério do leitor ‘julgar’ Agnes.

Achei o livro bacana, embora em alguns aspectos, muito raso. Alguns personagens não foram desenvolvidos, embora muito próximos da protagonista. Ressalvo um pouco a parte final, pois achei um tanto piegas.

Boa leitura, recomendo. Acabei lendo bem rapidinho, num dia só já tinha acabado (na verdade, praticamente li todo na espera do aeroporto e no voo). E cumpro aqui minha meta extra, pessoal, de escolher um autor de país cuja literatura (para mim, pelo menos) não é muito conhecida. Hanna Kent é australiana. Para fechar com chave de ouro, receitinha, como da última vez. Agora uma meat pie (torta de carne), que adaptei um pouquinho (frango, já que não como carne vermelha). E rumo à março (gente, e esse ano que já está voando?)

Receita: Meat Pie (a minha torta ficou pronta super tarde, a luz não ajudou, a foto do celular ficou terrível, aí já viu, vergonha, muita vergonha).
roubei a foto do site da Donna Hay, de onde tirei a receita. 

·         350g de massa de torta**
·         375g massa folhada (comprei pronta)
Recheio
·         1 colher de sopa de azeite de oliva
·         2 cebolas picadas
·         1.5kg round de carne (usei peito de frango) picado em cubos
·         1 colher de sopa extrato de tomate
·           xicara de caldo de carne (usei de frango, e usei bem menos)
·         250ml vinho tinto (coloquei um pouquinho de conhaque, para flambar a carne)
·         1 colher de sopa de molho inglês
·         2 colheres de sopa de amido de milho
·         60ml de água
·         Sal e pimento do reino à gosto
·         1 ovo, ligeiramente batido
Preaquecer o forno à 180°C (350ºF).

Recheio: colocar o azeite numa panela, em fogo alto, acrescentar a cebola (cozinhar por dois minutos ou até amolecer). Adicionar a carne, cozinhar por 5 minutos ou até selar. Adicionar o extrato de tomate, caldo, vinho e molho inglês à panela e deixar cozinhar, destampado, por uma hora ou até a carne ficar macia. Misturar à parte o amido de milho com a água, até formar uma pasta, acrescentando-a à carne. Cozinhar por cerca de 4 minutos até que engrosse. Adicionar sal e pimenta, tirar do fogo e deixar esfriar.

Abrir a massa de torta numa espessura fina e colocar no fundo e laterais de forma de torta (pequenas). Colocar o recheio.
Colocar a massa folhada por cima (tampa da torta) e cortar as laterais. Pressionar as laterais para juntar as duas massas. Pincelar o topo com os ovos e faça um corte na tampa da massa (para o vapor sair). Assar por cerca de trinta minutos ou até dourar (rende 6 unidades)

**Receita da massa de torta (usei a da Donna Hay, mas você pode usar a massa receitinha da vovó que tiver)

·         300g farinha de trigo
·         145g manteiga
·         2–3 colheres de sopa de água gelada

Bater a farinha e a manteiga no processador (na mão dá, mas demora mais) até a textura de areia molhada. Adicionar água aos poucos, até que a massa se una e fique homogênea. Envolver em plástico filme e levar ao refrigerador por trinta minutos. Para abrir, é só enfarinhar a superfície e abrir com o rolo

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Sussurro (Hush hush) - Becca Fitzpatrick - Desafio Literário 2014





Eu sei que a série já bombou e eu deixei passar,todo mundo já leu e resenhou, mas agora foi!

O outro desafio opcional do mês era a leitura de livro cujo tema fosse “anjos”. Eu poderia ter escolhido um anjo mais clássico, mas resolvi ler sobre um anjo caído. Ainda estamos no tema, certo? Só um pouquinho de rebeldia.

Nora Grey é nossa protagonista, uma adolescente que perdeu o pai recentemente, estudante exemplar e super certinha. Ela está dirigindo sua vida para a faculdade, então, está empenhada em ter notas boas e conseguir bolsa em uma das grandes e conceituadas universidades americanas.
Seu mundo certinho sofre mudança quando seu professor de biologia resolve mudar as duplas nas aulas, para que os alunos se integrem melhor. Assim, Nora deixa de fazer par com Vee (a melhor amiga divertida) e acaba sentando com Patch Cipriano, o menino novo da escola, sobre quem ninguém sabe muita coisa.

Nora fica completamente irritada e aturdida com o comportamento de Patch e, também, com a confusão de sentimentos que ela acaba vivenciando. Sente uma irritação enorme, mas ao mesmo tempo, fica intrigada e atraída pelo rapaz.

Nora fica muito tempo sozinha, já que sua mãe está trabalhando muito, viajando demais para conseguir sustentar a casa onde moravam com seu pai, antes do assassinato dele. E parece que agora ela anda tendo visões assustadoras. Será que alguém está seguindo a garota, ou até mesmo, matá-la? Ou Nora está imaginando coisas? Qual o papel de Patch nessa história? Quem é, realmente, esse garoto e qual o motivo dessa aproximação com Nora?

Bem, não tinha lido o livro antes pois estava meio enjoadinha de livros com esse tema de menina frágil-personagem masculino sedutor-história sobrenatural. Acho que já comentei por aqui (ou com amigos) que, depois de Crepúsculo, isso virou meio que um padrão, ficou meio assim... uma história que parece diferente mais que parte sempre da mesma premissa. Sério? Se pensarmos em: mocinha perseguida + mocinho misterioso mas sedutor + algum tema sobrenatural pensaremos em quantos livros? Na série instrumentos mortais, saga Crepúsculo, série Os Imortais, Hush Hush... e por aí vai.
Saga Crepúsculo já disse que gostei. Tentei a série Os Imortais e Instrumentos mortais, mas não rolou. Agora, Hush Hush.

Admito que achei melhorzinha. Patch é melhor construído que Nora (que, aliás, achei chatinha, bem rasa). Mas a escrita de Becca é melhor, acho. Fica num segundo lugar dentre as séries que citei. Ainda estou pensando se darei uma chance à Nora e lerei mais da série (já vi resenhas que disseram que ela piora na chatice no segundo, então desanimei). Para mim, Patch carrega o livro nas costas, e Vee rende boas fugas cômicas. Assim, recomendo, leitura fácil, tema romântico, de vez em quando é bom. Mas não sei se será animação suficiente para continuar a série!
Beijos!!
Pensando sobre ler o restante da série. Nora, Nora, e aí?
 Ps: outros livros do desafio de fevereiro? Aqui e aqui

domingo, 16 de fevereiro de 2014

A Breve Segunda Vida de Bree Tanner - Stephenie Meyer - Desafio Literário 2014



Conforme prometido, engatilhando um livro no outro, embora fevereiro seja um mês curto e tenso, vamos para o tema obrigatório: livro que tenha mais de seis meses na sua estante e ainda não foi lido.

Eu não consigo me lembrar por qual motivo eu pedi esse livro no Scoob. Veja bem, não estou criticando a autora ou a Saga Crepúsculo, quando ela foi lançada eu engolia os livros (e sou Team Edward, viu?).  Li on line o pedacinho do Midnight Sun (que seria a visão do Edward sobre o encontro com Bella) etc. Então, acho que foi um movimento natural terminar de ler o que tinha a respeito do tema.

Aliás, sou dessas, fico querendo acabar logo com a leitura das séries, das sagas, trilogias (que ultimamente acabam sempre virando “quadrilogias”) etc. Geralmente fico meio compulsiva. Portanto, não sei explicar por qual razão A Breve Segunda Vida de Bree Tanner ficou encalhado tanto tempo na minha prateleira.

Para quem não tem noção da saga Crepúsculo (existe isso?) A Bree é uma menina que foi pega e transformada para servir Victória na destruição de Bella e Família Cullen. Quem leu os livros da saga e/ou viram o filme já sabem o fim da história (embora o título também não dê muita margem à especulações). A sacada aqui é colocar alguém que estava perdido e foi transformado, sem cuidados, sem orientação, e contar a história. O esforço de Bree para entender o que aconteceu e suas atitudes agora, se as lendas sobre o que contam sobre sua espécie – os vampiros – são reais ou não. Ela encontra alguns amigos nessa tentativa de ver além do que lhe é dito, e muitos inimigos, que não se importam, só pensando em sangue e alguma oportunidade de terem mais poder.

Ela teria chance, se ficasse com os Cullen? Ou os Volturi estavam corretos em não ceder? Não vamos saber, mas é interessante ter uma leitura sob esse ponto de vista.

É um livro super fininho, comecei e terminei numa tarde só. Não é a coisa mais eletrizante e apaixonante do mundo, talvez isso de saber o que acontece prejudique um pouco as coisas. Mas acho que a gente acaba aumentando a simpatia pela personagem que, no livro da série, só aparece em algumas páginas, por alguns instantes.
Tão novinha virando vampira... que dó, que dó que dó